Por que não me sinto bem?

Você é feliz com quem você se tornou?
Você se orgulha de quem você é?
Você está orgulhoso com o que você está se tornando?

Essas são perguntas por vezes desconsideradas no dia a dia, geralmente, costumamos questionar e olhar criticamente tudo o que nos cerca, e consequentemente somos invadidos com algum sentimento de injustiça, sempre achamos que as mudanças externas atingirão a nossa satisfação, mas, por mais que algo mude, se nós não somos agentes diretos nesta mudança, algo continua errado, pois se o que está fora é melhor do que está dentro, existe desigualdade, então seremos invadidos com um sentimento de hipocrisia e tudo que vivemos irá tomar tons de mentiras.

Há um tempo atrás, mesmo lutando por ideais que julgava adequados, buscando em oração a visão do Reino, procurando obedecer e viver os princípios bíblicos, sempre que me buscava pensando, automaticamente comparava minha vida a de outras pessoas, e de alguma forma, buscava trazer similaridade entre a minha vida e de outras pessoas, geralmente buscando um prazer próprio, sempre me pegava pensando em minhas faltas, pois o que tinha parecia não me dá felicidade, mesmo sendo aquilo que sempre havia procurado, e nessa comparação estava sempre por baixo e nunca acharia lugar para que minhas qualidades se tornassem algo útil pro Reino, e tinha aversão a demonstrar minhas franquezas, de modo a achar que afastaria as pessoas, diante desse cenário pedi a Jesus me desse uma vida que não deixasse enxergar outro estilo de vida melhor, salvo o estilo de vida dEle.

Eu só via falta em mim, era difícil viver dentro de mim mesmo, era como uma péssima noite de sono, por mais que procurasse o lado mais aconchegante da cama, não demorava muito até que se tornasse desconfortável, por muito tempo pensei que parar seria o melhor, mas entendi que todo processo de expansão me causaria pelo menos uma frustração, e que andar por caminhos diferentes onde nunca antes habitados não vem com um manual de instruções, e uma coisa só cabe neste ponto, estar com os pés firmes sobre a rocha, não esquecer o ponto de partida e os princípios, e manter os olhos fixos em Jesus, como diria a canção interpretada pelo Saymon Kang:"Jesus, seja o centro da minha vida, o lugar que fixo o olhar", uma bela canção do Charlie Hall, "Center",e por mais que isso seja uma verdade muito repetida, ela não perde a sua profundidade.


Sentir-se mal consigo mesmo é a melhor forma de destruirmos nossos sonhos e de limitar o reino, é necessário entender que existe um processo em todo milagre, todo "de repente" na bíblia tem um processo por detrás, mesmo a transformação de água em vinho, tem um processo, fora necessário encher de água as talhas, que seriam de 400 a 500 litros de água, e não foi algo fácil de se fazer, tampouco rápido, dada as limitações da época, ou seja, não havia encanada, no mínimo teria um poço próximo o problema é que muitos querem a transformação, mas negligenciam o processo, quem ama os eventos (o resultado final), os milagres, mas do que o processo não sabe o poder do relacionamento e não conseguirá entender a profundidade da transformação, não conhecerá os bastidores, nem a intimidade.

Lendo a bíblia, fui chocado com algo que Deus fala para Salomão: "Pede o que queres que eu te dê." (1 Reis 3:5)

Essa é uma afirmação extremamente interessante, na verdade o que mais se deseja sairá de forma voluntária de nossas bocas se Deus nos perguntar algo, mas nossa resposta pode refletir a aprovação ou reprovação de Deus, geralmente conheceremos a intenção de uma pessoa pelo que geralmente ela luta todos os dias, e um dos grandes problemas de nossa geração é esse a falta de busca por aquilo que se ama, pois dificilmente vemos perseguição genuína por aquilo que se ama, há mudanças continuas de sonhos, de propósitos, muda-se a vida conforme as oportunidades e negligencia-se o propósito.

Quando estamos insatisfeitos com quem somos, buscamos respostas, achamos que Deus precisa mobilizar sempre algo, mas Deus não tem interesse em responder, na verdade ele está esperando uma resposta nossa, o interessante não é ter uma resposta, o interessante é o que estamos dispostos a fazer com a resposta, na realidade Ele já deu a resposta, é o propósito, mas estamos sempre olhando como Jacó, de olho na oportunidade de promoção, veja, a resposta não é a finalidade, e sim, o começo, o “sim” na cerimônia de casamento não é o “pico” do relacionamento, é o começo, o dia a dia, o relacionamento será o grande lance, por isso, vivemos dando falta das coisas em nós, pois olhamos a vida com a perspectiva errada.

Salomão estaria disposto a responder, mas a resposta de Deus não mudaria aquilo que estava proposto em seu coração só alargaria, vejo pessoas querendo respostas para parar, buscando algo para validar a sua frustração, sempre com o sentimento de querer olhar para trás, e Deus está dizendo prossiga, gritamos por qualquer desconforto, perdemos a referência de ir ao "matadouro calado", é necessário ter a maturidade Cristã de entender que carregar a cruz significa trilhar um caminho de morte, e então por que reclamamos de qualquer desconforto?

Quando buscamos respostas para respaldar o nosso recuo, mesmo que isso custe a falta de prazer de Jesus em nós é porque o amor se desgastou, quando buscamos respostas para paralisar a renúncia, os sacrifícios e nosso caminho é porque estamos querendo "salvar nossa vida", consequentemente iremos perdê-la.


Paulo disse que se gastou se deixaria gastar, Jeremias disse que tinha um fogo cerrado em seus ossos, Jesus falou que se o povo não adorasse, as pedras iriam adorar, quando assim, quando queremos respostas para aumentar nosso sentimento infeccioso de parar, de ver tudo errado (não falo de ter um tempo de descanso, longe disso), não nos sentimos mal por causa de estar fora do mover, mas de os outros nos verem fora do mover, e nossa geração parece amaciar o ego daqueles que culpam tudo por seu afastamento de Jesus, nunca entendi o porquê, toda queda é premeditada, bem como todo recuo, se estou insatisfeito comigo, devo lembrar que as mudanças doem, a princípio parecerá deformidade, a adolescência nos mostra isso, após chegaremos a estatura de Cristo, mas, se ser igual a Jesus já não parece tão atraente, o problema é de outra ordem: falta de amor.

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